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Audiência Pública discutiu o Anel Viário de Campo Grande em clima tenso
A prefeitura do Rio de Janeiro realizou na noite da quinta feira (23.02), na sede do Campo Grande Atlético Clube, na Rua Artur Rios, em Campo Grande, uma audiência pública com o objetivo de mostrar à população local a necessidade da construção de um túnel sob o Morro Luis Bom, ligando a Av. Cesário de Melo à Estrada da Posse, com 600 metros de extensão, que visa melhorar a mobilidade urbana na região, acabando com os gargalos do trânsito de Campo Grande.
Um mergulhão sob a Avenida Cesário de Melo na altura da Estrada do Monteiro e Av. Maria Tereza, e duas conexões rotatórias, na Rua Artur Rios e na Av. Cesário de Melo, completam a primeira fase do projeto de construção do Anel Viário de Campo Grande, que ainda receberá 10 km de intervenções, construindo novas e/ou duplicando vias no bairro (Estrada Rio São Paulo, novo trecho de ligação da Estrada da Posse com a Av. Brasil, estradas do Cachamorra, Pré, Campinho, entre outras), bem como criando alças de acesso e conexões.
R$ 280 milhões serão investidos nessa primeira fase. O custo total do projeto se aproxima de R$ 1 bilhão.
Também foi objetivo da Audiência pública ouvir a população no sentido de minimizar impactos pontuais no meio ambiente e estudar possíveis inclusões e exclusões no projeto.
A mesa diretora do evento foi formada pelas secretarias municipal da Casa Civil (Eduardo Cavaliere), Infraestrutura (Jessick Trairi) e Meio Ambiente e Clima (Tainá de Paula); pelos vereadores Zico da Zona Oeste Raiz, Willian Siri, Wellington Dias e Rogério Rocal; pelo subprefeito da Zona Oeste Diogo Borba, CetRio e a Cia. Carioca de Participação e Empreendimentos.
Quase 400 pessoas participaram do evento. Moradores do Condomínio Timbaúba e parte do Bairro Adriana, diretamente afetados pela construção do túnel marcaram presença.
O destaque maior coube a representantes de organizações não governamentais, conselhos de classes e demais formas de organizações sociais, na maioria ligados a gabinetes parlamentares, que se prepararam para dizer não ao projeto tendo como base a dor daqueles atingidos diretamente.
Após a apresentação do projeto, com a palavra franqueada aos inscritos, o perfil claramente político das falas trocou o que seria uma pergunta por um discurso contra o projeto, com direito a aplausos, vaias, acusações, insinuações, ironias, desrespeito e descumprimento à ordem da reunião. O primeiro a falar e não cumprir o tempo de fala foi o vereador Wilian Siri. Diante da manifestação barulhenta de sua numerosa plateia, a mesa diretora liberou o tempo para o parlamentar. A partir disso, houve quem preveniu que falaria com tempo ilimitado e cumpriu. Dessa forma a reunião ficou longa, cansativa e repetitiva, pois a maioria dos inscritos eram contra o projeto e usavam os mesmos argumentos. Outros inscritos, pelo adiantar da hora, se ausentaram sem falar. Sem assunto novo, algumas falas viciadas tinham que improvisar e usavam motivos duvidosos para condenar o projeto. Houve quem disse que era contra porque a Serra da Posse correria risco de invasão. Houve também quem disse que a prefeitura tinha que tomar vergonha na cara. Muitos alegaram falta de recursos para a educação, saúde, entre outros segmentos, descaracterizando a discussão. Também disseram que a Audiência Pública não tinha respaldo legal. A credibilidade da mesa diretora foi colocada em dúvida várias vezes, acusada de cumplicidade sob vários aspectos. Um professor disse que era contra o projeto porque a Av. Dom Sebastião Primeiro só tinha uma pista estreita e não suportaria o volume do trânsito, perdendo a oportunidade de propor à mesa diretora a construção de uma nova pista sob o canal da referida avenida, deixando claro que a intenção era o “não político”.
Com esse formato de reunião, parte considerável dos presentes, entre eles autoridades do setor privado e lideranças comunitárias de outras regiões do bairro, que discutem a questão desde 2015, não puderam tirar dúvidas e propor soluções alternativas.
A mesa diretora dos trabalhos deixou claro que o projeto precisa ser executado, lembrando que existe espaço para adequações, porém, tem que ser de interesse público, não pessoal.
“Participem conscientemente, essa obra é de muita importância para Campo Grande, lembrou Eduardo Cavaliere.
“Incluímos no projeto a recuperação total da Floresta da Posse (950mil m2) e a construção de 2 km de ciclovias, isso foi conseguido com entendimento”, destacou Tainá de Paula.
O vereador Wellington Dias disse que tudo que está sendo feito é para impactar o menos possível o meio ambiente, que ninguém pode impedir a chegada do progresso, e pregou a união de todos.
O presidente da Comissão do Anel Viário vereador Rogério Rocal destacou o valor significativo do investimento e a necessidade do entendimento.
O vereador Zico da Zona Oeste Raiz defendeu com veemência o projeto. “Os senhores proprietários no Condomínio Timbaúba e no bairro Adriana vão se arrepender se venderem seus imóveis, a verdade é que agora tem dinheiro na Zona Oeste Raiz e vai ser bom para todos, antes da lei que definiu a área da Zona Oeste, só vinham migalhas, de agora em diante os senhores terão muito trabalho pois terão muito mais projetos para discutirem. Quanto aqueles que estão sendo atingidos diretamente, o prefeito vai atender a todos com muita atenção”, garantiu.